Alguns colegas jornalistas juram de pé junto que são
totalmente imparciais, que não deixam ideologia entrar em suas análises, que
barram todo e qualquer preconceito na hora de julgar atos ou relatar fatos.
Afirmam, sem corar, que a cobertura da imprensa em geral é a mesma quando se
trata de Lula, FHC, Temer ou Bolsonaro. Acredite quem quiser.
Já eu tenho bem claro que há evidente viés
"progressista" na mídia mainstream, e que isso leva a uma má vontade
enorme com Bolsonaro, postura que jamais foi a mesma com petistas ou tucanos. É
o mesmo fenômeno que ocorre nos Estados Unidos, e basta comparar Obama, amado
pela imprensa, com Trump, odiado. Mais de 90% da cobertura sobre o governo
atual é negativa, mesmo com a menor taxa de desemprego da história!
Os jornalistas gostam de se enxergar como analistas
totalmente isentos, imparciais, mas há farta evidência e literatura que mostra
o contrário. Não vou me ater tanto aos detalhes, pois tenho convicção de que o
leitor concorda com essa minha conclusão. Vou apenas dar alguns exemplos dessa
má vontade.
Se Bolsonaro segura o envio da reforma administrativa por
sentir pressão política e achar que o momento é inadequado, é porque ele foi
covarde; mas se ele manda uma reforma federativa ousada para acabar com
municípios, uma demanda louvável mas algo que dificilmente vai acontecer, então
é porque ele foi bobo.
A questão dos ministros é ainda mais gritante. Se ministros
como Paulo Guedes, Tarcisio Gomes de Freitas e Sergio Moro fazem coisas boas,
isso foi apesar do presidente, que é seu chefe e quem os escolheu e delegou
autonomia; mas se algum ministro escorrega, comete um erro ou se mostra mais
ideológico do que pragmático, aí é culpa direta do presidente, porque os
apontou.
O caso do DPVAT também é interessante. Bolsonaro é o
primeiro presidente a acabar com dois tributos de forma totalmente voluntária,
por convicção e não necessidade. Não obstante, quando seu governo anunciou o
fim do DPVAT, palco de muita ineficiência, o destaque de boa parte da imprensa
foi sensacionalista, mostrando famílias vítimas de acidentes que poderiam ficar
sem assistência, sendo que todos podem se tratar no SUS. O secretário Adolfo
Sachsida desabafou: reconhece que o DPVAT era ineficiente e corrupto. Mante-lo
provavelmente exigiria aumento de tarifas. Metade de sua arrecadação servia
para bancar o administrativo. Ainda assim, quando o foco não foi o
sensacionalismo, a mídia preferiu destacar que o desafeto do presidente,
Luciano Bivar, seria afetado pela decisão, como se fosse apenas uma vingança
pessoal. Uma decisão que sua equipe econômica já tomara faz tempo!
Às vezes fico com a nítida impressão de que, para alguns,
não importa o que aconteça, Bolsonaro estará sempre errado! E o pior é que
fazem essa "análise" como se fosse totalmente imparcial, baseada
apenas em fatos, jamais em ideologia. Afinal, ideológicos são sempre os outros...

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