À saída do
Mosteiro, no domingo, um conhecido refez uma afirmação disfarçada em pergunta,
que eu não havia respondido em janeiro: “Você não acha que só o que falta é
melhor comunicação do governo?”. Agora, já com um ano de observação diária, eu
respondi: “você não acha que suas fontes habituais de informação é que não
estão noticiando as coisas do governo?”.
Cito como
exemplo o que descobri só outro dia, por causa de um vídeo que me foi mandado
pelo WhatsApp: está pronta a maior ponte ferroviária da América Latina, de
quase 3 quilômetros de extensão, atravessando o Rio São Francisco, para a
ferrovia leste-oeste, que vai ligar a norte-sul com o porto baiano de Ilhéus.
Se antes éramos destinatários de “o que é ruim, a gente esconde; o que é bom, a
gente mostra” (ministro da Fazenda em 1994), neste ano parece que fomos vítimas
de um “o que é bom, a gente esconde; o que é ruim, a gente mostra – e se não
houver ruim a gente inventa”.
Não dá para
generalizar; é importante a fiscalização, a exposição das contradições, a
crítica – tudo com base em fatos. Não factoides, palavra criada pelo então
prefeito Cesar Maia, pai de Rodrigo. Factoides são parecidos com fatos, mas são
fatos deformados. É o mesmo que manchetar “Juiz de garantias abre crise entre
Moro e Bolsonaro”, quando se sabe que ambos estão contra o tal juiz, e sabem
que não vai funcionar, pelo menos nos próximos anos, mas vetar seria criar mais
um caso com o Congresso. Moro e Bolsonaro sabem que é bom estar de bem com a
maioria legislativa, para continuar aprovando medidas anticrime.
Fica fácil
carregar crises sobre o governo, mesmo sem precisar alterar os fatos. Basta
escolher analistas, especialistas, políticos, que se sabe o que vão argumentar.
E basta procurar manifestações nas redes sociais do vereador Carlos, ou
entrevistas do deputado Eduardo, ou usos de câmara de vereadores de Flávio,
para criar interpretações catastróficas, como aquela no AI-5 no canal de Leda
Nagle. Quem quer que tenha visto e ouvido a declaração, percebe perfeitamente
que não houve pregação de volta do Ato Institucional. Mas, enfim, o doutor
Freud explica. Quem sofreu derrota fragorosa em outubro de 2018 e padece do
fracasso do regime criado pela revolução de outubro de 1917, precisa disso como
mecanismo de compensação.
O otimismo
voltou à economia e é o fator que impulsiona o investimento e o emprego. A
propósito, até o desemprego serviu para estimular o brasileiro empreendedor,
sem carteira assinada, com iniciativa própria, fornecedor de empresas, sem
horário, dono do próprio nariz e de seu próprio faturamento. Fico pensando o
quanto devem estar sofrendo os que apostam contra o giro da riqueza, que
distribui bem-estar. Em geral são os mesmo sabichões, especialistas, que
garantiam que o atual presidente não teria a menor chance nas eleições.
Imaginem
quando todas as escolas deixarem de lado a velha ideologia fracassada e se
empenharem no Português, na Matemática, nas Ciências – e não fizermos mais
vexame no Pisa. Imaginem que tipo de ideologia pode apostar contra valores da
família e a favor da corrupção? Pense nisso, olhando para trás para entrar mais
imunizado neste 2020.
