terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Vacina contra a desinformação para 2020 - Alexandre Garcia (Gazeta)


À saída do Mosteiro, no domingo, um conhecido refez uma afirmação disfarçada em pergunta, que eu não havia respondido em janeiro: “Você não acha que só o que falta é melhor comunicação do governo?”. Agora, já com um ano de observação diária, eu respondi: “você não acha que suas fontes habituais de informação é que não estão noticiando as coisas do governo?”.

Cito como exemplo o que descobri só outro dia, por causa de um vídeo que me foi mandado pelo WhatsApp: está pronta a maior ponte ferroviária da América Latina, de quase 3 quilômetros de extensão, atravessando o Rio São Francisco, para a ferrovia leste-oeste, que vai ligar a norte-sul com o porto baiano de Ilhéus. Se antes éramos destinatários de “o que é ruim, a gente esconde; o que é bom, a gente mostra” (ministro da Fazenda em 1994), neste ano parece que fomos vítimas de um “o que é bom, a gente esconde; o que é ruim, a gente mostra – e se não houver ruim a gente inventa”.

Não dá para generalizar; é importante a fiscalização, a exposição das contradições, a crítica – tudo com base em fatos. Não factoides, palavra criada pelo então prefeito Cesar Maia, pai de Rodrigo. Factoides são parecidos com fatos, mas são fatos deformados. É o mesmo que manchetar “Juiz de garantias abre crise entre Moro e Bolsonaro”, quando se sabe que ambos estão contra o tal juiz, e sabem que não vai funcionar, pelo menos nos próximos anos, mas vetar seria criar mais um caso com o Congresso. Moro e Bolsonaro sabem que é bom estar de bem com a maioria legislativa, para continuar aprovando medidas anticrime.

Fica fácil carregar crises sobre o governo, mesmo sem precisar alterar os fatos. Basta escolher analistas, especialistas, políticos, que se sabe o que vão argumentar. E basta procurar manifestações nas redes sociais do vereador Carlos, ou entrevistas do deputado Eduardo, ou usos de câmara de vereadores de Flávio, para criar interpretações catastróficas, como aquela no AI-5 no canal de Leda Nagle. Quem quer que tenha visto e ouvido a declaração, percebe perfeitamente que não houve pregação de volta do Ato Institucional. Mas, enfim, o doutor Freud explica. Quem sofreu derrota fragorosa em outubro de 2018 e padece do fracasso do regime criado pela revolução de outubro de 1917, precisa disso como mecanismo de compensação.

O otimismo voltou à economia e é o fator que impulsiona o investimento e o emprego. A propósito, até o desemprego serviu para estimular o brasileiro empreendedor, sem carteira assinada, com iniciativa própria, fornecedor de empresas, sem horário, dono do próprio nariz e de seu próprio faturamento. Fico pensando o quanto devem estar sofrendo os que apostam contra o giro da riqueza, que distribui bem-estar. Em geral são os mesmo sabichões, especialistas, que garantiam que o atual presidente não teria a menor chance nas eleições.

Imaginem quando todas as escolas deixarem de lado a velha ideologia fracassada e se empenharem no Português, na Matemática, nas Ciências – e não fizermos mais vexame no Pisa. Imaginem que tipo de ideologia pode apostar contra valores da família e a favor da corrupção? Pense nisso, olhando para trás para entrar mais imunizado neste 2020.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

O ano da histeria moderada - Guilherme Fiuza (Gazeta)


Em 2019, a onda de ódio, obscurantismo e protofascismo mergulhou o Brasil nas trevas satânicas do Mal. Impôs-se sobre o país alegre e fagueiro que vivia sua doce pindaíba em perfeita harmonia com seus parasitas uma ditadura cruel e implacável de extrema direita. A seguir, um decálogo da ação hedionda dessa extrema direita:

1 - Menor taxa de juros da história
Todo mundo sabe que juro baixo é coisa de nazista.

2 - Melhor Natal em cinco anos
Papai Noel obrigou o comércio a bombar, senão ia mandar todo mundo pro campo de concentração. O comércio obedeceu – e os consumidores também – porque ninguém é maluco de contrariar um Papai Noel desses.

3 - Menor risco-país da década
Sabendo que com extrema direita não se brinca, porque eles são mau que nem picapau, o mundo disse que voltou a confiar no Brasil e que muito em breve vai devolver a ele o grau de investimento – jogado fora pelo PT no auge da felicidade nacional. Ainda não saiu a reportagem investigativa mostrando que foi o Mourão que mandou o mundo confiar no Brasil com disparos em massa de WhatsApp, mas é questão de tempo.

4 - Mais de 100 bilhões de reais em privatizações
Todo mundo sabe que a riqueza dos brasileiros vem sendo drenada por um Estado burocratizado e corrupto, mas ninguém imaginava que em um ano se pudesse tirar um peso desse tamanho das costas do contribuinte. Só o fascismo seria capaz de uma arbitrariedade dessas.

5 - Cerca de 1 milhão de novos empregos
Mais um indicador incontestavelmente de extrema direita. Botar as pessoas para trabalhar é coisa de ditadura.

6 - Redução da criminalidade em todo o território nacional
Outro absurdo perpetrado por essa ideologia obscurantista que solapa o direito do cidadão de ser roubado e fuzilado normalmente no caminho de casa para o trabalho e vice-versa, ou mesmo num agradável dia de folga. Não é mais segredo para ninguém que Sergio Moro endureceu a vida dos chefes de facção nos presídios, entre várias outras medidas que comprovam o endurecimento do regime. Bem que os hackers do PT avisaram à imprensa amiga que Moro era fascista.

7 - Reforma da Previdência
Medida autoritária de extrema-direita que reabriu as perspectivas do país na marra, justamente no momento em que os brasileiros estavam quase conseguindo cancelar o futuro – essa entidade abstrata, duvidosa e traiçoeira que só serve para ameaçar as pessoas, porque todo mundo sabe que a vida é agora.

8 - Lei da Liberdade Econômica
Atentado miliciano contra o Custo Brasil – essa entidade simpática e secular que sempre chupou o sangue do brasileiro com ternura e sem fazer mal a ninguém. Os vendedores de facilidades estão indignados e irão à ONU denunciar o massacre contra a burocracia nacional, patrimônio do país e fonte histórica de calorias para uma multidão de seres humanos com vocação para não fazer nada. Há o risco iminente de uma epidemia de novas empresas com crescimento do empreendedorismo e ninguém sabe onde isso vai parar. Basta de liberdade imposta goela abaixo.

9 - Abertura da Infraestrutura
Essas medidas despóticas de asfaltamento incessante de estradas, conclusão de ferrovias, concessão de portos e aeroportos, abertura da aviação com ameaça de passagens mais baratas, além da abertura de setores de energia como o do gás com a perigosa atração de investimentos privados provam definitivamente que forças obscuras estão agindo para melhorar a vida do povo sem pedir licença à corte dos parasitas – ou seja, atropelando a democracia de auditório.

10 - Recorde na Bolsa de Valores
É típico fenômeno de extrema-direita o mercado de capitais sair dando saltos de prosperidade por aí. Provavelmente tinha algum fascista com um revólver apontado para a cabeça do mercado mandando-o bater recordes sucessivos em 2019. Essa violência não tem fim.

Feliz 2020 a você que sobreviveu à patrulha da extrema moderação.

Um outro Brasil - JRGuzzo


O fato mais importante da década para o Brasil foi a explosão na cena nacional de um moço nascido no norte do Paraná, formado numa faculdade de direito da cidade de Maringá e desvinculado de corpo e alma do grande circuito São Paulo-Brasília-Rio de Janeiro de celebridades jurídicas, reais ou imaginárias. Seu nome, como todo o Brasil e boa parte do mundo sabe hoje, é Sérgio Moro - um típico “juizinho do interior”, como foi definido na ocasião pelo ex-presidente Lula e sua corte imperial. Todo mundo se lembra: eles simplesmente não entenderam nada quando Moro começou a chamá-lo, como um cidadão normal, para prestar contas à Justiça sobre o que tinha feito em seus tempos de poder e glória. Onde já se viu uma coisa dessas? O titular de uma modesta Vara Criminal de Curitiba, com pouco mais de 40 anos de idade, querendo interrogar, processar e talvez até condenar “o maior líder político” da história do Brasil? Pois é. Era isso mesmo. E o mundo inteiro sabe o que aconteceu depois.

Sérgio Moro mudou a realidade do Brasil como ninguém mais, nestes últimos dez anos - ou 50, ou sabe-se lá quantos. Condenou e botou na cadeia por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, pela primeira vez na história, um ex-presidente da República. Comandou a maior operação judicial contra a corrupção jamais realizada no Brasil. Não só a maior: a primeira feita para valer em 500 anos, a mais bem-sucedida em termos de resultados concretos e a mais transformadora da vida pública que o País já conheceu. Moro, no comando da Lava Jato, conseguiu mostrar a todos, na prática, que a impunidade das castas mais ricas, poderosas e atrasadas da sociedade brasileira não tinha de ser eterna - podia ser quebrada, e foi. O governo paralelo que as empreiteiras de obras sempre exerceram no Brasil, mais importante que qualquer governo constituído, foi simplesmente riscado do mapa. Em suma: a Lava Jato virou uma nação inteira de ponta-cabeça. Havia um Brasil antes de Moro. Há um outro depois dele.

Exagero? Pergunte à Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa ou OAS se mudou ou não alguma coisa importante em suas vidas. A mesma pergunta pode ser feita às dezenas de políticos processados e presos, a empresários piratas que durante décadas saquearam o Tesouro Nacional e aos monarcas absolutos que reinavam nas diretorias das empresas estatais: e aí, pessoal, tudo bem com vocês? Dá para ver se houve ou não mudança, também, quando se constata que a ação de Moro levou milhões de brasileiros para as ruas, num inédito movimento de massas contra a corrupção. Varreu do poder um partido, um sistema e milhares de militantes políticos que mandaram no Brasil durante mais de 13 anos. Fez uma presidente ser deposta do cargo por fraude contábil.

Moro e o seu time fizeram muito mais que condenar 385 magnatas, aplicar 3.000 anos de penas de prisão e recuperar para o erário, até agora, R$ 4,5 bilhões em dinheiro roubado. É bom notar, também, que em toda a Lava Jato não há um único trabalhador punido. Não há nenhum inocente na prisão, agora ou desde que a operação começou, em 2014. Não há, enfim, uma única ilegalidade em nada do que Moro fez - tomou centenas de decisões e três tipos de tribunais superiores a ele examinaram com microscópio tudo o que fez, sem encontrar nada de errado até hoje em sua conduta moral. Acusou-se Moro, até no STF, de colocar em risco “a democracia”. Bobagem. O que acaba com democracia é golpe militar, e não juiz criminal que põe ladrão na cadeia. Nenhum país do mundo, até hoje, virou ditadura por punir a corrupção dentro da lei.

Sérgio Moro deu ao Brasil uma chance de ser um país civilizado. É muito.

domingo, 22 de dezembro de 2019

JRGuzzo – Agromito


Estadão de Hoje

Pergunte a um alemão ou holandês qualquer, desses que você pode encontrar em cada esquina de primeiro mundo, o que ele acha da agricultura brasileira. Ou, então, faça a mesma pergunta a essa menina sueca que anda a pé através do planeta para não emitir carbono, e se transformou na santidade máxima de todas as cruzadas ambientalistas atuais – uma fraude em escala mundial que é bajulada por chefes de Estado assustados, presidentes de multinacionais trilionárias e 100% das celebridades existentes sobre a face da Terra, de Jane Fonda a Michelle Obama. Pergunte, já que se falou de gente graúda, ao presidente da França, à rainha da Noruega ou a algum sumo sacerdote de Oxford ou de Harvard. Todos podem dar uma resposta mais ou menos assim: “Cada saca de soja colhida no Brasil representa 100 árvores destruídas na Amazônia” – ou 1.000, ou quantas lhes der na telha.

É um desses disparates absolutos que as pessoas ouvem o tempo todo em nossos dias – uma agressão grosseira à matemática, à geologia, ao resto do conhecimento científico da humanidade e ao mero bom senso comum. No entanto, vá o sujeito tentar demonstrar, com base em evidências físicas, que uma saca de soja não equivale à derrubada de árvore nenhuma na Amazônia. Se tiver sorte ouvirá apenas que é um agente, talvez pago, do agronegócio, da indústria de “tóxicos” ou do capitalismo no campo – um pecado só permitido para as propriedades agrícolas e pecuárias do Primeiro Mundo. Na pior das hipóteses pode se ver transformado em réu por crime de lesa-ambiente.

Estamos de volta, aí, à Idade Média plena, quando o conhecimento era condenado como pecado mortal. Fatos eram proibidos. As Gretas, Michelles e Janes da época tinham certeza de que, se um cidadão passasse na sua frente numa encruzilhada e não fizesse sombra, então não tinha jeito – era lobisomem. O que temos hoje, em toda essa questão, não é ciência. É vodu ambiental. É curioso observar uma onda de ignorância tão maciça quanto a que reina hoje nas sociedades mais instruídas, mais ricas e mais civilizadas do mundo quando falam de “ambientalismo”. Essa gente ouve Beethoven, assiste a Molière e ganha prêmios Nobel, mas acredita em qualquer coisa que lhe dizem sobre a “destruição” da Amazônica. É um fenômeno da nossa época: o avanço da ignorância induzida, fabricada sob medida e altamente financiada, para obter resultados materiais que não têm nada a ver com a conservação da “floresta” em estado virgem.

Os fatos, e nada mais, provam a completa irrelevância da Amazônia para a agropecuária brasileira. Pouco mais de 2% de todo o bioma Amazônia é ocupado por algum tipo de lavoura, incluindo as temporárias – o pé de mandioca que o infeliz planta aqui e ali para não morrer de fome, se a senhorita Greta dá licença. Das 530.000 propriedades agrícolas locais, menos de 4% são classificadas como “grandes” – ou seja, capazes de produzir a soja ou o milho que deixam o Primeiro Mundo horrorizado. Não dá para enganar, quando se trata desses números – é o que sai nas fotos dos satélites.

O problema é outro – totalmente outro. Ele não tem nada a ver com a Amazônia, e sim com o resto do Brasil, do Rio Grande do Sul ao norte de Mato Grosso, que está produzindo 240 milhões de toneladas de grãos na safra deste ano, a maior de todos os tempos. Apenas 10 anos atrás, o total foi de 135 milhões de toneladas – e é impossível um país aumentar em quase 80% a sua produção em tão pouco tempo, tornando-se o maior produtor agrícola do mundo ao lado do Estados Unidos, sem incomodar ninguém. Em 2020, aliás, a safra deve continuar subindo.

Você pode acreditar que isso é só mania de “conspiração”. Também pode acreditar em lobisomem.

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

O fim não está próximo - Bolsonaro continua firme e forte


JR Guzzo para a Gazeta do Povo

Falta um mês para acabar o ano de 2019 e, pelo jeito, o governo do presidente Jair Bolsonaro vai conseguir completar o seu primeiro aniversário. Como assim? Já não deveria ter acabado? Desde o dia em que tomou posse, em 1º de janeiro, os mais sábios debates de ciência política levados ao público por um regimento inteiro de comunicadores cinco estrelas, “influenciadores”, politólogos, intelectuais, mestres de sociologia, filosofia e brasiologia, homens e mulheres de intelecto superior, etc, etc, asseguraram a todos: “O fim está próximo. Arrependam-se.”

De lá para cá, porém, parece que alguma coisa deu errado. O governo continua aí, dando expediente diário a partir das 7 horas da manhã. Seu falecimento foi adiado, pelo que mostram os fatos. Quem sabe ficou tudo para o ano que vem?

O fato é que o cidadão passou os últimos onze meses sendo informado da existência de acontecimentos que não estavam acontecendo. Escolha por onde você quer começar: para qualquer lado que olhe, o resultado vai ser o mesmo. Não saiu, até agora, o genocídio dos negros, gays, índios, mulheres, favelados e pobres em geral que tinha sido anunciado como uma certeza quase científica – era só o novo governo assumir, garantiam os especialistas mencionados acima, e o extermínio dessa gente toda ia começar.

Onde o projeto falhou? Continuam todos vivos – e não há sinais de que o governo vai fazer neste último mês de 2019 o que não conseguiu fazer durante o ano inteiro. Também não foi possível observar a liquidação do Congresso Nacional, a eliminação dos direitos e garantias constitucionais e o envio dos dois soldados e do cabo que iriam fechar o Supremo Tribunal Federal. A floresta amazônica não foi queimada para agradar o “agronegócio”; até ontem continuava lá, do mesmo tamanho que tinha em janeiro.

Onde foi parar, igualmente, a “morte política do governo”, que não tinha sabido negociar a distribuição de ministérios e outros cargos “top de linha” com os políticos – e, por isso, “não conseguirá governar”? Deve ter ficado para o ano que vem ou ainda mais adiante, pois o governo conseguiu aprovar, com velocidade recorde, a reforma da Previdência e o “Pacto Federativo”, que funcionará como um grande tratado de paz com os estados e municípios – além de uma penca de outras coisas.

O ministro do Exterior iria destruir praticamente todo o sistema de relações diplomáticas entre o Brasil e o resto do mundo. Não aconteceu. A ministra da Agricultura seria banida da cena internacional civilizada, por liberar “agrotóxicos”. Não aconteceu. O ministro do Meio Ambiente não aguentaria 15 minutos no cargo, por ser uma afronta à comunidade ambientalista, aos cientistas e ao Tratado de Paris. Não aconteceu.

E a China, então? Onze entre dez altíssimos especialistas em “comércio exterior” garantiram, com convicção definitiva, que as exportações do Brasil para “o nosso maior parceiro” seriam destruídas em poucas horas, pela postura do governo a favor do presidente Donald Trump. O mesmo, exatamente, iria acontecer com “o mundo árabe”, outro importador gigante de produtos brasileiros. Como o governo havia anunciado sua intenção de mudar a embaixada do Brasil de Telavive para Jerusalém, em Israel, nunca mais os árabes comprariam um único e miserável frango nacional.

Mais que tudo, talvez, há o mistério do ministro Sergio Moro. Foi provado nos mais sagrados santuários da mídia, da vida política e do universo intelectual, com a exatidão com que se calcula a área do triângulo, que ele “estava fora” do governo – liquidado pelas “gravações” de delinquentes digitais, pelo Coaf, pelos ciúmes de Bolsonaro, e 100 outras crises fatais. O homem continua lá, firme como o cacique Touro Sentado.

Com crises assim, vai ser preciso engolir esse governo não apenas por um ano – ou mudam as crises, ou eles ficam lá pelos próximos sete.